sábado, 9 de março de 2013

Relatório de Atividade Didática





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1.      INTRODUÇÃO


O presente relatório tem por finalidade apresentar os principais aspectos relativos ao desenvolvimento da atividade didática realizada como requisito da disciplina Estágio Docência I, do Dinter UnB-UFES em Ciência da Informação.

A disciplina foi ministrada pelo Prof. Dr. André Porto Ancona Lopez, em Vitória-ES, entre os dias 04 e 08 de março de 2013.

Realizou-se a atividade didática junto à turma de alunos do curso de Mestrado em Administração da UFES, na disciplina Tecnologia da Informação, Consumo e Inovação, sob orientação direta da prof.ª Teresa Cristina Janes Carneiro.

Tratou-se de uma Oficina de elaboração de artigos científicos de caráter bibliométrico, baseada em etapas adaptadas do método denominado Proknow – C, proposto por  Ensslin, et al. (2010).

A atividade se encontra ainda em andamento, com conclusão prevista para junho de 2013, tendo em vista ter sido composta de uma fase presencial, já finalizada, e também de uma fase não presencial, que está ocorrendo com o suporte da plataforma Moodle, em sala de aula disponível no ambiente virtual de aprendizagem, (AVA) da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES.


2.      OBJETIVOS DA ATIVIDADE PROPOSTA

A Oficina de elaboração de artigos científicos bibliométricos foi estruturada a fim de que ao final, os alunos pudessem estar aptos a:



  • Conhecer e/ou aprimorar o conhecimento sobre métodos de elaboração de artigos científicos de caráter bibliométrico;
  • Refletir sobre a importância das publicações bibliométricas no meio acadêmico-científico;
  • Realizar uma experiência prática de elaboração de artigo bibliométrico relacionado ao seu tema de pesquisa;
  • Contribuir para a identificação de diferentes métodos de elaboração de artigos científicos de caráter bibliométrico.



3.      PRESSUPOSTOS DIDÁTICOS ADOTADOS

Um dos principais pressupostos didáticos que estão sendo adotados para o desenvolvimento da atividade é a concepção de que o conhecimento possui caráter subjetivo, ou seja, trata-se de uma construção pessoal que ocorre na forma, no tempo e no contexto cognitivo de cada indivíduo. Sendo assim, foi preconizada, desde o planejamento da atividade, a realização de um acompanhamento individualizado dos alunos no decorrer do desenvolvimento da atividade, apoiado pelos recursos do ambiente virtual de aprendizagem da UFES.

Essa estratégia parece revelar-se adequada até o momento, tendo em vista que as postagens no fórum de discussão da oficina tem indicado dificuldades variadas, em diferentes níveis e bastante específicas, que talvez não pudessem ser identificadas apenas numa abordagem didática pontual e geral, direcionada a todos os alunos simultaneamente.

Relevante também no contexto da atividade em andamento é a ideia de que o professor, longe de ser um detentor e replicador de verdades, deve estar também em contínuo aprendizado. Assim, posiciona-se muito mais como um facilitador do processo de aprendizagem, auxiliando os alunos na construção de novos conhecimentos e habilidades, respeitando as idiossincrasias e utilizando formas diferenciadas e adaptativas de lidar com situações ou demandas específicas, sempre que necessário.

Exemplo deste pressuposto evidencia-se na constante pesquisa sobre novos conteúdos e adequação dos conteúdos disponíveis na sala virtual, que vem ocorrendo desde o início do desenvolvimento da atividade, em função, principalmente, das dúvidas e questionamentos apresentados pelos alunos no fórum de discussão.

4. COMPONENTES DA EXECUÇÃO

A execução da atividade teve início no dia 19 de fevereiro de 2013, quando se realizou o primeiro dia de Oficina – fase presencial, tendo continuidade no dia 26 de fevereiro, com uma carga horária total de 08 horas.

A partir de relatos espontâneos dos alunos ao final da etapa presencial, pode-se perceber que a atividade foi bem recebida. Tendo a oportunidade de conhecer o que é bibliometria e como ela pode auxiliá-los no desenvolvimento de suas pesquisas de mestrado, os alunos se disseram surpresos positivamente. 

Após a etapa presencial, a turma iniciou contato com os conteúdos disponíveis no Moodle. Nesta fase inicial da etapa não presencial, eles se familiarizaram com a dinâmica da sala de aula, estruturada em semanas, nas quais se apresenta a descrição detalhada para o desenvolvimento de uma determinada etapa da atividade, bem como o produto a ser postado para a respectiva atividade. A cada período que em alguns casos é semanal, em outros quinzenal, os alunos possuem tarefas a serem entregues, conforme as orientações existentes na sala. Em caso de dúvidas, dificuldade ou questionamentos, podem usar o fórum de discussão disponível na página, para respostas da professora, ou, em alguns casos, para receber ajuda dos próprios colegas de turma.

5.ALGUMAS CONSIDERAÇÕES AINDA “NÃO FINAIS”

Tendo em vista o fato da atividade ainda estar em andamento, não se pode falar aqui em considerações finais. Entretanto, alguns apontamentos sobre o seu desenvolvimento, na percepção dos alunos e da professora envolvida podem ser realizados.

Embora não se tenha ainda realizado a avaliação da atividade, prevista para o final da Oficina, pode-se dizer que houve grande receptividade por parte dos alunos, tendo em vista os comentários realizados ao final da fase presencial. Muitos manifestaram espontaneamente seu interesse por desenvolver o artigo e sua satisfação em ter contato com um método capaz de orientá-los nas pesquisas de referenciais teóricos para suas dissertações.

Além disso, o envolvimento e o empenho da turma na realização das etapas propostas na metodologia tem sido evidente até este momento. Todos postaram o produto da primeira etapa e continuam apresentando suas dúvidas e questionamentos para a segunda etapa.

Como experiência docente, a atividade tem se revelado uma grande oportunidade de aprendizado e aperfeiçoamento em vários sentidos. O próprio objetivo da Oficina ministrada levou à necessidade de conhecer mais profundamente o conceito de bibliometria, bem como métodos para o desenvolvimento de análises bibliométricas. Além disso, a professora pretende, após contato com esta experiência didática, aplicar o método às pesquisas de referenciais teóricos para sua tese.

A atividade também proporcionou o contato com uma turma de alunos de mestrado, relevando-se como um ponto importante no enriquecimento da experiência da docente, tendo em vista a sua atuação até o momento apenas em nível de graduação e pós-graduação lato sensu.


Para maiores detalhes sobre a Atividade Didática realizada, sugere-se a consulta do Relatório Final que contém, entre outras coisas, um passo a passo para a replicação da atividade.
















domingo, 15 de julho de 2012

REFLEXÃO CRÍTICA

CIÊNCIA, CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E PROJETO DE PESQUISA



A crítica está intimamente relacionada ao sujeito que a produz. Parte de uma estrutura individual complexa que envolve, entre outros fatores, o conhecimento acumulado, a ideologia, a visão da realidade, além de aspectos mais profundos ligados às idiossincrasias e à personalidade. Sendo assim, toda reflexão crítica possui um caráter muito pessoal, embora possa estar apoiada em uma estrutura comum a muitos outros indivíduos.

Assim, esta reflexão crítica acerca da Ciência e suas inter relações com a Ciência da Informação, não pretende, nem pode ter a pretensão de trazer considerações definitivas, determinadas e bem delimitadas. Muito antes pelo contrário, a natureza de tal exercício reflexivo é mais permeada por indefinições e imprecisões do que por certezas, considerando as peculiaridades dos próprios objetos sobre os quais se está dissertando.

Há controvérsias. Nesta afirmação encontro o que talvez possa melhor caracterizar Ciência e suas inter relações com a Ciência da Informação. A discussão e a divergência são características inseridas na idéia de ciência e contribuem, em grande medida, para seu crescimento e evolução. Sem discussão não há ciência, conforme afirma Tomanik. Essa controvérsia, além de ser parte da própria natureza do processo de construção da ciência, encontra-se refletida nas argumentações acerca de sua conceituação. Mais fácil definir o que não é ciência, do que tentar encontrar uma definição capaz de abranger todas as idéias já constituídas acerca do termo.

Se a natureza da ciência é controversa, pelo dinamismo que se faz necessário ao acompanhamento da realidade mutante, o que se pode dizer de um campo de conhecimento que agregue à ciência a idéia de informação? O conceito de informação não fica atrás do de ciência, nos quesitos complexidade e diversificação, conforme já demonstraram Capurro e Hjorland.   Em franco processo de busca por amadurecimento e consolidação, a Ciência da Informação é constantemente visitante de outras ciências, mas ainda pouco visitada. Na interdisciplinaridade evidenciada por Saracevic, mais toma emprestado que empresta a essas outras ciências, numa relação caracteristicamente desigual, conforme aponta Pinheiro. Num emaranhado de diferentes tentativas de conceituação e de busca por definição, a Ciência da Informação também trilha o caminho da incerteza e da falta de consenso. Interessante observar que ao mesmo tempo em que para os mais clássicos e positivistas essa constatação pode significar uma certa fraqueza do campo, para outros, pode reafirmar ainda mais o caráter científico da ciência da informação.

Quando se trata de investigar aspectos relacionados à chamada Competência em Informação dentro do campo da Ciência da Informação, o que é o caso de minha proposta de pesquisa, percebe-se de forma marcante tanto a interdisciplinaridade quanto a falta de unanimidade. São múltiplas as definições do termo competência em diferentes áreas de conhecimento como a Educação e a Administração, por exemplo. Ainda se discute muito quais são as bases para a emergência da lógica da competência na formação educacional, no ambiente de trabalho e também, mais especificamente, na relação dos indivíduos com a informação.

Para o cientista, muito mais fácil seria tomar posse de teorias generalizantes, estáticas e navegar por um oceano seguro e previsível. Mas sinto informar: após estas reflexões vejo que nos resta o desafio de compreender a mudança e a necessidade de dinamismo e adaptação como algo natural e inerente à essência do processo científico.

REFERÊNCIAS

CAPURRO, R.; HjOrland, B. O conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 12, n. 1, p. 148-207, abr.2007.

PINHEIRO, L. V. R. Processo evolutivo e tendências contemporâneas da ciência da Informação. Informação & Sociedade, Joao Pessoa, v. 15, n. 1, p. 13-48, jun. 2005.

SARACEVIC, T. Interdisciplinary nature of information science. Ciência da Informação, Brasília, v. 24, n. 1, p.36-41, 1995.

TOMANIK, Eduardo Augusto. O olhar no espelho: "conversas" sobre a pesquisa em Ciências Sociais. 2ª ed. Maringá: Eduem, 2004.

BASE TEÓRICA DA PESQUISA

A LÓGICA DA COMPETÊNCIA
Os conhecimentos necessitam estar combinados aos comportamentos para que possam caracterizar o indivíduo competente (RESENDE, 2000).
Fleury e Fleury (2001) citam que os primeiros movimentos no sentido da definição de um conceito de competências em nível individual ocorreram na década de 70.
Zarifian (2001), para explicar a emergência do modelo da competência, utiliza-se da essência das mutações atuais a partir de três conceitos: evento, comunicação e serviço.
Os chamados componentes não organizados da formação e a subjetividade do trabalhador assumem um papel importantíssimo no modelo da competência (DELUIZ, 2001).

COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO
De acordo com Miranda (2004) a competência em informação estaria relacionada ao exercício profissional em praticamente todas as esferas, mas, mais especificamente, naquela dirigida diretamente aos chamados trabalhadores da informação
Conforme aponta Dudziak, (2003) o termo competência em informação surge a partir da ideia de information literacy e existem discussões sobre a possibilidade de utilização destes termos como sinônimos.
Para Gasque (2010) a chamada information literacy, ou letramento informacional, constituiria o processo de construção e desenvolvimento da competência em informação.
Conforme destaca Coelho (2011), inúmeras ainda são as barreiras para a construção de competência em informação no ambiente de trabalho.
Reece (2007 apud Vitorino e Piantolla, 2009) entende que não se pode dissociar do conceito de competência em informação, a capacidade de desenvolvimento de uma visão crítica de mundo, relacionada ao domínio da informação, numa ampliação do conceito e do próprio papel social da competência em informação.
Outros autores a serem utilizados: ALCANTARA, A. R.; BELLUZZO, R. C. B. ; BRUCE, C. S. CAMPELLO, B.; COX, J.L; VANDERPOL, D. CROW, S.R. ; DIAS, M. M. K.; DUTRA, J. S. ;FISHER, K.; JULIEN, H.;MELLO e SILVA, L. PERRENOUD, P. ;ROPÉ, F.; TANGUY, L; SHAPIRO, J.; HUGGES, S. K. SIMEAO, E. L. M. S.; MIRANDA, A. L. C.; MELO, C. O. TARAPANOFF, K. ;VALENTIM, M. L. P.; GELINSKI, J. V. V. ; ZURKOWSKI, P. G.


PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO PROJETO DE PESQUISA APÓS A DISCIPLINA METODOLOGIA EM CI


PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO PROJETO DE PESQUISA APÓS A DISCIPLINA DE METODOLOGIA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

PROBLEMA
ANTES
DEPOIS
Como ocorre o processo de construção e desenvolvimento de competência em informação no ambiente de trabalho?
Qual é a contribuição das empresas e a de seus profissionais, no processo de construção de competências em informação no ambiente de trabalho?
OBJETIVO GERAL
ANTES
DEPOIS
Compreender o processo de construção e consolidação de competência em informação no contexto de trabalho dos profissionais envolvidos no projeto e no desenvolvimento de sistemas especialistas de gestão integrada, em uma organização específica do setor de tecnologia da informação.
Identificar, descrever e analisar o papel da empresa H&P Consultores Associados e o de seus profissionais no processo de construção e consolidação de competência em informação no contexto de trabalho.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
DEPOIS:

Excluído o objetivo específico (1): identificar e analisar as ações da organização e a participação dos profissionais no processo de construção de competências em informação;
METODOLOGIA:
DEPOIS:

Análise de documentos da empresa como: manuais de processos, descrição de cargos e competências, programas de treinamento e desenvolvimento ou educação corporativa, plano anual de treinamento, dentre outros
Entrevistas semi-estruturadas com o seguinte grupo inicial de sujeitos de pesquisa, definidos, a priori, de maneira intencional: consultores das diferentes áreas de gestão organizacional, representante da área de gestão de pessoas da empresa e representante da direção da empresa. Tais roteiros de entrevistas serão diferenciados para cada um dos tipos de sujeito relacionados, e buscarão levantar os aspectos necessários à consecução do objetivo geral e dos objetivos específicos propostos para a pesquisa.
A técnica de tratamento a ser dada ao material coletado em documentos e produzido a partir das entrevistas será a de análise de conteúdo.

O principal modelo teórico que dará sustentação à análise de dados é o proposto por Dudziak que identifica três concepções distintas para o termo information literacy, quais sejam: a concepção da informação (com ênfase na tecnologia da informação); a concepção cognitiva (ênfase nos processos cognitivos); a concepção da inteligência (ênfase no aprendizado).